3 de junho de 2010

A Sombra

Qual será a sombra que cobriu o homem?
Essa sombra que muda as cores dos prédios e das janelas,
que muda a cor dos olhos das pessoas.
Ecoa no ar o grito,
da mãe,
do filho,
o grito mais aflito.
É uma dor da qual todos desviam os olhos.
É um anjo que não sabe voar,
é uma mancha de sangue no chão, que a chuva não consegue apagar.
É a falta ou o excesso de atitudes,
É o medo,
o apartheid calado de uma raça
de uma única raça,
de um único ser,
o ser que é humano, ou que talvez tenha sido algum dia,
Essa sombra é o eudonismo daquele que tem que cuidar,
o abandono de quem deveria criar,
a dor de quem devia festejar...
O que será que o ser humano tem de tão venenoso?
Nenhum outro animal mata outro sem razão,
nem aniquila sua prória descendência.
O que temos de tão único e humano que nos faz tão não-naturais,
tão desiguais?
O que temos que nos tirou da simples e pura existência de ser animais?
A sombra é
uma queda,
uma mancha,
um tiro,
um choro,
uma poça de sangue...

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