28 de julho de 2010

Indecente


Dorme no chão, não come nada.
Calejado, ferido e cicatrizado, não sente nada.

O sol queima a pele fazendo-a transbordar.
Mas isto é pouco, muito pouco para o despertar.

No seu torpor indecente, ele é invisivel.
Apenas um obstáculo transponível.

É indecente, sujo e queima os olhos.
É gente?

Escolhas, conduta, torpor.
Por qual irá optar?

Pelas escuras escolhas, cordas bambas?
Frágeis sobre o precipicio?

Conduta? Um método, um modo.
Para que?

Torpor? Delicioso torpor.
Lhe afaga o corpo e alimenta a mente.

Continua torto no chão,
Queima lentamente.

A súbita alegria lhe abandonou,
apenas mais uma.

Mas o amigo topor...
Ah, o torpor!

Lhe deixa queimar lentamente,
Sussurrando incertezas em sua mente.

É indecente. É tocha incandescente.

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